As birras são reações bruscas e intempestivas que as crianças costumam manifestar depois de uma contrariedade. Caracterizam um desenvolvimento psicoafectivo normal e representam a procura de uma maior independência e afirmação.
Surgem por volta dos 2-3 anos e tendem a desaparecer à medida que a criança cresce, por volta dos 5-6 anos, a não ser que a criança aprenda que com as birras consegue atingir os seus objetivos. A imaturidade e consequente dificuldade em adiar o prazer, assume-se como o solo fértil para o aparecimento da birra nesta faixa etária. O facto de não haver na criança, ainda, a noção de tempo, torna a espera como algo muito difícil e exigente. Claro que, para pais, educadores e outros, é particularmente complicado lidar com este tipo de comportamentos, no entanto, devemos entendê-los como ótimas oportunidades de ajudar a criança a conviver com sentimentos como a frustração e a zanga. Ao mesmo tempo, facilita o desenvolvimento da sua capacidade de autocontrolo, tão importante para uma adequada vivência social.
A tarefa dos cuidadores é ensinar à criança outras formas de expressar as suas necessidades e, simultaneamente passar a mensagem de que nem sempre podem ter tudo aquilo que querem.
Existem várias estratégias simples que podemos utilizar perante uma birra:
– Manter sempre a calma, não elevando a voz e não cedendo à irritabilidade;
– Ignorar o mau comportamento da criança, não prestando atenção e deixando-a sozinha, sempre que não envolva perigo para a mesma;
– Não entre em negociação, (embora seja uma estratégia que deve ser utilizada noutras circunstâncias), nem utilize a força física;
– Atenção às necessidades básicas da criança, ou seja, crianças com sono, fome, cansadas têm tendência a fazer mais birras;
– Não ceder às birras ou ameaçar com castigos que depois não vai conseguir cumprir.
Quando cedemos, passamos a mensagem de que as birras são normais e perfeitamente aceitáveis para as crianças obterem aquilo que desejam. Ao não conceder o desejo da criança, estamos a mostrar-lhe várias coisas, que existe um tempo para tudo, não podendo ter tudo aquilo que quer na hora que pretende e que existem regras e limites que têm de ser respeitados sempre.
Só assim ensinamos as crianças a lidar com as suas próprias desilusões e com a expectativa, aprendendo a saber esperar e a lutar por aquilo que deseja.
No caso de necessitar de mais estratégias/aconselhamento não hesite e marque uma consulta com os nossos especialistas em Psicologia.
*Artigo adaptado do Jornal de Matosinhos, de 29 de setembro de 2012
Ana Jesus Ferreira Susana Vaz Martinho
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